Especialista fala sobre tratamentos, diagnósticos e causas da dor crônica ortopédica

A dor crônica por definição é qualquer dor com duração de mais de três meses de evolução, as causas podem ser múltiplas e dividida em três grupos: tumores, neurológicas e ortopédicas.

Uma recente pesquisa do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos (ELSI-Brasil), financiado pelo Ministério da Saúde, aponta que quase 37% dos brasileiros acima dos 50 anos sofrem com dores crônicas, sendo mais frequente entre mulheres, pessoas de baixa renda e aqueles com diagnóstico para artrite, dor nas costas/coluna, sintomas depressivos e com histórico de quedas ou hospitalizações. Este trabalho também aponta que 30% dessas pessoas fazem o uso de opioides para aliviar o problema.

O tratamento preventivo de doenças e os procedimentos de pós-operatório ajudam a evitar a dor no futuro. Segundo o Dr. Adenor Israel de Oliveira, Médico Ortopedista e Traumatologista do Hospital Cruz Vermelha Paraná (HCV), “o ideal é fazer o tratamento precoce de toda e qualquer dor que aparecer, para evitar a dor crônica, pois quanto mais antiga a dor, mais complicado pode ser o tratamento”.

De acordo com o Médico Especialista em Dor, considera-se dor crônica aquela para a qual há um diagnóstico preciso e uma causa identificada, mas cujos tratamentos usuais não são adequados ao perfil do paciente. O principal objetivo é tratar a doença de base, mas quando isso não é possível no primeiro momento ou não tem indicação de cirurgia, os profissionais podem dispor de outros métodos, os mais comuns são as infiltrações e os bloqueios neurológicos, como por exemplo, a radiofrequência.

Dr. Adenor afirma que com esses procedimentos, “o resultado pode trazer um período entre seis meses a um ano e meio sem dor”. São opções de tratamento para o paciente ter mais qualidade de vida, mas não traz a cura completa do quadro, sendo um tratamento paliativo. Com o controle adequado é possível diminuir em até 70% essa dor, não impossibilitando o paciente de afazeres diários. Essa questão precisa ficar muito clara para o paciente.

Dessa forma, o Dr. Adenor indica que “o tratamento deve ser multidisciplinar, focando na doença subjacente, que é o motivo inicial da dor crônica”.

Se apresentar quaisquer tipos de dores intermitentes, é importante consultar um médico especialista para iniciar o tratamento adequado e prevenir que a dor evolua para um quadro crônico.

 

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